De onde vem essa canção errante
Escondida nas dobras do assobio
Vem de um Carnaval já bem distante
Em que ninguém cantou, ninguém ouviu
Vem do delírio do cavaleiro andante
Na Ibéria longínqua mãe gentil
Ou do porão-senzala de um navio
Jogando culpas nas costas do Brasil
Vem do piano do meu pai tocando
Ou dos acordes de As Time Goes Bye
Esqueci de como, onde e quando
Chega de leve e me diz que não sai
E assim de tantos versos recoberta
Quer que faça dela uma canção de amor
E eu fingindo me digo poeta
E ela suspira e se diz completa
E dorme nos braços do seu cantador